Galho Seco

Posted on 13:08 by Pilula Vermelha | 0 comentários


Quero aninhar-me ao teu lado
E viver no amanhã o ultimo dia
Oferecer caricias em teus véus
Esperando a tormenta findar
Desde minha ultima lágrima
Suspiro por dedicação doar
A vida que tens direito menina
Por minhas chagas não ofertar

Sou praga que cresce no campo
Flor de aguado sem brio
Que trataste como fina joia
Com teus olhos de criança, acolhido
Sim, meus espinhos te ferem
Pois sou galho seco de dor
Que com tuas mãos veste
Enquanto devo amor

Meus olhos marejam tristeza
E ainda carregas meu pavor
Sou tão pequeno fada
Pra te ofertar da vida o sabor
Se amanhã for meu ultimo dia
Lembre-se da memória do menino
Que um dia te deu alegria
Quando não via no mundo perigo

Assim desvario entre abismos
Sem ciência de meu desatino
Deixe que o vento me leve
Para onde não encontre fado
Vejo a flor secar
Voar no vento vespertino
Se do inverno não passar
Com amor curvarei vento e destino

Ele não tem nada de interessante...

Posted on 11:09 by Pilula Vermelha | 0 comentários


Nada mais interessante do que nascer no lixo


Nada mais interessante do que crescer como uma criança culpada pelos erros dos pais



Nada mais interessante do que sofrer o abandono familiar



Nada mais interessante do que suportar abusos na infância



Nada mais interessante do que ser preso e violentado por roubar doces quando tinha seis anos



Nada mais interessante do que experimentar a fome e a dor da solidão



Nada mais interessante do que catar no lixo a comida e roupa



Nada mais interessante do que ter de trabalhar com nove anos nas ruas da cidade grande



Nada mais interessante do que crescer como um adolescente rejeitado por sua pobreza



Nada mais interessante do que trabalhar no pior emprego da categoria aos 14 anos



Nada mais interessante do que ser escravizado por uma mentira que prometia felicidade só no pós-vida



Nada mais interessante do que tentar superar a própria história começando sempre de novo



Nada mais interessante do que ser novamente rejeitado, diversas vezes por suas origens pobres



Nada mais interessante do experimentar a sensação de que um jovem pobre nunca vai ter a oportunidade do rico



Nada mais interessante do que ter que fazer o dobro do esforço para apenas ter a oportunidade daqueles que nunca mendigaram o pão



Nada mais interessante do sentir que o mundo vai ser sempre desigual ainda que você se supere todos os dias



Nada mais interessante do que saber que és um adulto sem família, e também sem oportunidades



Nada mais interessante do que desistir de tudo, porque disseram que você não tinha nada de interessante



Nada mais interessante do que extinguir-se por aceitar que não se tinha nada de interessante



Nada mais interessante do que uma vida, sem vida a ser vivida



Sangra...

Posted on 19:38 by Pilula Vermelha | 0 comentários





Senti na carne a dor do caminho
Olhando a esperança roubada da criança
Que na lágrima fecha os olhos para o futuro
Sentindo ainda a flama no peito
Vem, e faz do seu passo sempre um novo ultimo suspiro

Quem viver não sangra sem dor
Da vida que lhe é roubada
Mas de sua vontade reage mais uma vez
Chora, perde e levanta novamente
Com alma de guerra e coração de monge
O amanhã é um brilho na escuridão da paixão que deseja viver

Somente viver, um sopro, um suspiro a mais
Esta inocência do sorriso infantil
Improvisa nos passos marcas de sangue
Vejo lá o menino!  Teus pés marcam o chão
Deixou para traz tua dor, teu coração sarou.
Sorri, faz teu novo dia
Assim como fará o amanhã

Respira, suspira, ainda vive
E vais viver mais para o sonho escalar
Sonha suspira, deixa a lagrima cair
Você consegue
Sorri mais uma vez

Coração infantil, coração de menino...

A Canção do Violeiro

Posted on 20:23 by Pilula Vermelha | 0 comentários




Este é o cordão de cobre retinindo no Jacarandá
Em um canto que canta, avultando o som
Esticado no hábil afinar da mão do violeiro
É serenata que faz o fio da vida retinir nos dedos
A cavalgada no vento em pedaços de poesia ritmada

Não faz feliz a mão que não é hábil em tocar a ária da vida
Ditoso é o tilintar de um violeiro versado
Que das notas ecoadas rouba corações
Ganha sorriso em tom de acorde
Transmitindo a sua sábia balada
A carência de sua menção roubada.

Entoa violeiro, toca com as mãos divinas.
Tua ternura que abranda a dor da confusão
Toca viola, chora sempre uma ultima canção
Aquela que me rouba o coração para pedir
O sempre mais uma vez, 
O de novo,
O amém...

O viajante

Posted on 04:42 by Pilula Vermelha | 2 comentários



Uma alma sem bússola que do sol faz seu acaso
Caminhando aos passos do sonho na esperança do sorriso
Que de estradas cruzadas escreve seu caminho
Quem saberá como a força compôs os pés do viageiro?

São lagrimas que se juntam no silencio e no segredo
É a força para esconder a dor que golpeia a carne
Estes rumos que temem a perversidade do destino
Aquele que suprime até a mais forte das almas

Este é o viajante que percorre seu caminho em direção ao vento
Na esperança de encontrar o seu rumo
Com as mãos no leme molhado pela maresia 
Que dos ventos une o sal no rosto em sabor de lágrima

Esta é à força do peregrino, quem do destino zomba é viajante.
Que no suspiro vive a cada manhã seu ultimo adeus
E renasce para de ímpeto tomar seu alforje
Caminhando em direção de sua própria sombra
Este é o sonho vivo que só troca o personagem
Um coração arredio de viajante

Me pega pela mão

Posted on 18:48 by Pilula Vermelha | 0 comentários




Me pega pela mão 
Brisa da noite minha irmã
No azul cintila teu luzeiro
De paixão os caminhos se curvam
Pegadas do destino seguem a sina

Preciso ir, me pega a mão
Dos dizeres a paixão é a geada no sol
Que somem as vagas esperanças
Mas minha voz não calou neste silêncio moribundo
Da mágoa faz meu rio de lamúrias
Sortilégios da noite solitária

Vil veneno do ódio
Que consome o coração miserável
Humilha até o sábio na estupidez
De vozes desperta minha alma
Para veres que tua solidão é sábia?
Não o quis assim os céus? 

Este rio de gotas é teu destino incerto
Sossega alma nesta brisa carregada de noite
Me pega a mão sombra noturna
Da luz da aurora vapore tua magia
Os mistérios que guardo na alma
Até o dia do ultimo olhar

Livre...

Posted on 05:50 by Pilula Vermelha | 0 comentários




Liberdade é uma perspectiva nem sempre positiva.
Liberdade é também o poder dizer não. 
O ato de negar-se ainda que seja para o prazer.
Liberdade é resistência, e em grande parte perda.
Liberdade é o ato de ser livre para o ser.
Liberdade são limites e razões.
Liberdade é solidão e silêncio.
Liberdade é o auto-conhecer.
Liberdade é o sorriso do simples
Liberdade é ter sem precisar parecer.

Memórias...

Posted on 19:02 by Pilula Vermelha | 1 comentários




Meu sentimento deserto
De amor que é medo
Em minha voz o silêncio
De teu perfume saudade
Esta angustia que me invade
E dos meus dias me pune escravo


Mareou meu coração de naufrago
Sozinho aqui neste segredo
Apreciei o horizonte apagado
De Pores-do-sol passados
No espaço de teu sorriso
Esta imagem solitária
Uma ilusão que alimento
Roubando do tempo
Na memória o momento


Já não me lembro do teu rosto
Foram-se os dias de sorrisos
As folhas do outono cobriram
O que hoje é primavera
Dor, eu não lembro teu rosto!
Se for verão, mesmo de alma
Roubou-me! Fez de mim inverno...


Queria de um lampejo do sol
Roubar a luz por um segundo
Sonho de viver outra vez
A inocência em poucos minutos
De sorrisos a segredos
O escárnio de um futuro incerto


Aqui distante calei minha voz
Sozinho, perdido, acusado
Já não há mais existência
Nestas ruínas do passado
Apenas a lembrança
De um vinho amargo
Que em seu tempo foi cálice
De amor profundo adoçado...

Lançamento do livro "Poesia todo Dia!"

Posted on 11:45 by Pilula Vermelha | 0 comentários





É uma pena eu não poder ir, mas deixo divulgado que nesta sexta é o Lançamento do "Livro Poesia Todo O dia" Na APAE São Paulo. Estou entre os autores das poesias selecionadas e publicadas no livro. Deixo as informações para quem quiser prestigiar este evento em prol de auxiliar esta conhecida instituição!


Horário: 4 outubro 2013 à partir de 15h
Local: APAE -SP
Rua: R. Loefgreen, 2109 - Vila Clementino/SP
Cidade: São Paulo

Minha noite mais fria...

Posted on 15:03 by Pilula Vermelha | 0 comentários




A minha noite mais fria, 
A canção do vento de inverno
Estas palavras mudas no silêncio
Anseios inconclusos de vergonha

Um espelho quebrado
Perde-se tua imagem
Saudade do que não era
É o meu engano sóbrio

Perdido coração embriagado
Que aspira o ar gelido
Da lembrança liquefeita

Uma imagem disforme
Um sol que se oculta nas nuvens
Nesta memória que abandona
Seguindo a sombra, sem parar
só nostalgia e memória

Amargo...

Posted on 10:12 by Pilula Vermelha | 0 comentários



A carícia das gotas em minha janela úmida
Em um inverso que não finda
Na solidão de uma alma silencia
As dúvidas do porque a alegria calou
Na ausência de tuas palavras
Meu coração sepultou

É uma história que de sorrisos
Inumada foi assassina a distância
Rasgadas as minhas cartas
Teu deboche endureceu o amor
Agora careces da minha presença
E eu de teu calor, que dos dias que escurecem
Só restou o meu e teu amargor

Tempestades

Posted on 09:38 by Pilula Vermelha | 0 comentários


Cinzas minhas estas tempestades 
De toxicas gotas de pura mentira
Escorrem nos ombros este veneno
Que derradeiro momento, virou oportuno
Deste mundo de fragilidades e emoções
Meu jardim escureceu no outono
De flores mortas foi alimentado
Mas jaz escondida a semente
Que após o inverno, se refaz
Trazendo a vida na flor em cor
Declarando que de toda morte
Acompanha-se a vida em um ciclo
De constantes renasceres...

Outono

Posted on 09:37 by Pilula Vermelha | 0 comentários


Os meus passos se apagam 
Na canção dos pensamentos
Areias sopradas no outono pelo vento
Nem tão longe, ou distante de mim mesmo
Voa além de mim a minha própria alma
Que do destino zomba do medo
Nem sozinho, nem pobre
São tesouros ainda que breves sentimentos
São rápidos, passageiros, e nem oportunos
Que de súbito surgem, rápido nos roubam
E voltam navegando para o mar
Naufragando no esquecimento

O Náufrago...

Posted on 09:37 by Pilula Vermelha | 0 comentários



O Silêncio, esta minha mudez triste
Vagueia o errante de coração perdido
Que dos medos se ocultou, mentiu
Um caminhante silencioso, solitário
Semeia muitas flores de lamentos
Iludido em esperanças malditas
 Colhendo sorrisos para outra vida

Mas neste tempo de bruma
Conta os segundos em agonia
Destruindo os sonhos, sufocando
Sem temer a saudade sepultando
Querendo morrer nos braços do tempo
Nestas dores fugir esquecendo
O maldito orgulho que nos engana
Tornando o puro em maldição profana

Desmembrada A Alma...

Posted on 09:37 by Pilula Vermelha | 0 comentários


Uma sala vazia é este sentimento solitário
Roubado de sentido, uma desmembrada alma
Em perigo ofereço o coração no segredo
Perdido por apegos que não conclusos
Adoeceram-me o íntimo, em escuro abandono
Esta minha canção, um ruído desafinado
Ou talvez um suspiro de angústia
De renúncia a própria essência
Adoeci de alma, sim adoeci despovoado
Esta minha cidade, meu mundo
Que em choque contra o sol desaparece
Pouco a pouco, consumido por segundos
De mudez acromática, minha consternação
Um caos deserto profundo

Que Doce Alma...

Posted on 09:36 by Pilula Vermelha | 0 comentários



Momentos que roubamos de amigos
Encontramos o feliz prazer e sentido,
O sabor audaz que rouba o medo
Que zomba da tristeza ou perigo
Deleite possuir um verdadeiro amigo

O Feliz saber que de almas somos ligados
Levando mesmo a distancia uma parte consigo
O que de mais fiel, do que contar segredos com sorrisos?
Sim, ter o encanto deste fiel amigo...


Roubaste-me de mim mesmo
Sem obrigar, roubou-me os segredos.
Mas com prazer fui roubado
Afinal, era este um bom agrado
Por uma pura alma ser cativado

Dar-me de emoção 
Em pequenos segundos
Foi real, ou imaginação? 
Este nosso mundo.
Que doce alma, sem preço.
Mereces meu forte apreço
Em desejar-te não vejo pecado

Afinal, que de afetos são
Poucos os almejados
Que no valor da afeição
São tesouros merecidos
Nunca terei vergonha
Sim sou teu amigo

O Jogo e o Amor...

Posted on 21:06 by Pilula Vermelha | 0 comentários




Escolher viver por amor
É sina de sentimento e dor
De olhares a verdade nas palavras
Emoção incerta como a vida
Nisso posso sonhar confiante
De inocência sigo puro sentimento
Negando-me a enganar a alma
Emudeçer a própria voz
Lutar com o EU feroz
Submetendo os desejos
A esta psique domada

Triste é falsear sentimentos
Negar quando alma sangra
Mentir para fugir da fragilidade
Que expõe o coração de paixão
Perder quem ama por covardia
Negar-se para a alegria tardia
Se contentando com migalhas
Da solidão o eterno terror
Negar amar ou dar-se ao amor?
Escolhas covardes têm por penhor
Solidão atroz, vida sem ardor

Esquecestes detalhes aqui
O que com a boca não se fala
O corpo logo delata a verdade
Sinais de pernas e mãos voltadas
Para quem ama sempre direcionada
Cabelos e olhos perturbados
Lábios molhados, enfeitiçada
Não por embriagues
Pedido para ser amada
Não cumpriu teu desejo
E puniste o amigo por nada

Volta solitária este é o jogo
Da vitória não levará  nada
 compreendes que o amor
Têm o doce prazer na alma prostrada?
O orgulho é disforme e mata
O amor não é ciência exata
Se somares com sentimento
Nunca dos cálculos da vida
Encontrarás alegria em nada

Alforria para próxima vitima
Devorar com alma ingrata
Encontrar paz nas trevas
Não sentes, nem veneras
Não encontras uma alma sincera
Que  busque a beleza por amor
Apenas é carne sem alma
Um objeto para o prazer
Um corpo sem calor

partidas

Posted on 07:21 by Pilula Vermelha | 0 comentários





Segui meu caminho
Sem nunca haver partidas
Por não encontrar chegadas
Apenas silêncios mudos
Somente o necessário dito
Aquilo que por verdadeiro
Fez-se em poucas palavras
Dizer o que não se ouve

Quando a verdade se oculta
Em dizeres e mentiras
Apenas um caminho
Uma viela insegura
Que de solidão constrói
Muitas pedras de mágoas
Sim, eu falei sozinho
Contra os medos desfiz ilusões
Tantos sentimentos falseados

Aguilhão de dor e culpa
Punido com destino cego
Refiz o caminho só
Construí meus passos
Dando puro significado
Fazendo desta partida
Um puro começo

sonhei sozinho...

Posted on 21:06 by Pilula Vermelha | 0 comentários



É triste lamento saber
Que de almas derramadas
Aqueles sentimentos delicados
Os segredos compartidos
Nada de nós permaneceu
Dolente tempo que passou
Esquecida a vida em momentos
Em seguida Sorrisos sepultados
Destinados a fatal amnésia
A rejeição de nossas imagens

Roubaram nossas palavras
Cálice de orgulhos e incertezas
O sofrer calado sem voz
Sozinhos novamente no caminho
Pergunto-me se é verdade
Que apenas sonhei sozinho?
Sim, punido por minhas feridas
Achei que era, o que já não foi
Dilatada aflição que traguei mudo
Saber que é ausência, aflige este não ser

 Sigo em minha essência
Sendo aquilo que fez este eu
Mas olho para o tempo
Lembro os suaves segundos
Que vestiram o desenho de horas
Lamento, sim, lamento
O amargo se tornou o sonho
Que por tempo foi alento a vida
Penitenciado fez do tempo pesadelo

Puno-me por minhas palavras
Falseadas por necessidade
De ser por um momento
Mais do que este nada recatado
Pago o preço de um momento
Encerrando este sonho oculto
Que vou sonhar solitário

Professo a vida, com voz calada
Amanha talvez o hoje, sei lá nada
Quem sabe um dia, uma vida
No tempo recordarei os sentimentos
Que em um momento ou segundos
Encerrou minha fúnebre alma
Na força de uma alva
Este sonho solitário em mim
Que sonhei sozinho


Meu isolamento...

Posted on 10:59 by Pilula Vermelha | 0 comentários




Meu abrigo é isolamento 
Os meus domínios o silêncio
Antes um lugar de cadeias
Agora meu paraíso solitário
Minha casa desarrumada
Onde como louco escrevo 
Borrando as paredes da alma

Meu isolamento, meu sepulcro
Aqui me calo na solitude
Estas cores cinza um céu rubro 
Livram-me das vicissitudes
Malditas escolhas e dúvidas
A Alma cala, resiste e vive

Solidão esta minha quietude
Muitos fogem da agonia
Alma bagunçada é vergonha
Na solidão não parece tão medonha
Vivo bem aqui neste caminho
Mentindo para os meus medos
Fazendo das areias do tempo
O meu falso rochedo