Galho Seco
Quero aninhar-me ao teu lado
E viver no amanhã o ultimo dia
Oferecer caricias em teus véus
Esperando a tormenta findar
Desde minha ultima lágrima
Suspiro por dedicação doar
A vida que tens direito menina
Por minhas chagas não ofertar
Sou praga que cresce no campo
Flor de aguado sem brio
Que trataste como fina joia
Com teus olhos de criança, acolhido
Sim, meus espinhos te ferem
Pois sou galho seco de dor
Que com tuas mãos veste
Enquanto devo amor
Meus olhos marejam tristeza
E ainda carregas meu pavor
Sou tão pequeno fada
Pra te ofertar da vida o sabor
Se amanhã for meu ultimo dia
Lembre-se da memória do menino
Que um dia te deu alegria
Quando não via no mundo perigo
Assim desvario entre abismos
Sem ciência de meu desatino
Deixe que o vento me leve
Para onde não encontre fado
Vejo a flor secar
Voar no vento vespertino
Se do inverno não passar
Com amor curvarei vento e destino